Marcava seis horas e quinze minutos no relógio, quando Ana Maria se levantou. Lavou o rosto, escovou o dentes, tomou banho, fez seu café, comeu, colocou a farda, se despediu da avó já doente com quem morava (e cuidava) e foi para o colégio. Caminhando sozinha pelas ruas do seu bairro em um dia de chuva, naquele momento o que ela mais desejava era um abraço carinhoso. Chegando em sua sala para assistir aula, ninguém sequer a cumprimentou, a não ser a sua professora, com um "bom dia, Ana Maria". Voltou para casa e encontrou sua avó assistindo tv, a abraçou e a velhinha disse: "Felicidades, minha menina!". Cuidou da casa e da avó. E aquele dia foi como todos os outros, sempre iguais e sem expectativas. Anoiteceu, Ana Maria foi para sua cama, e adormeceu. Assim terminou o dia em que ela completava seus 15 anos.
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